Esta semana foi publicado o
relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), “Crise do Emprego na
Zona Euro: tendências e respostas políticas”, nele se reafirmam propostas para
a resolução do gravíssimo problema que os países da zona euro atravessam e cuja
tendência, se nada for feito para atalhar este caminho a que nos conduzem as
opções neoliberais dos governos europeus compostos por marionetas da troika, nos levará a um futuro negro de
milhões de excluídos pelo desemprego de longa duração, a uma percentagem
catastrófica de 32% de desempregados em idade activa, à
precarização/”escravização” do trabalho dos mais jovens, a salários de miséria
e à completa perda de garantias de protecção social.
As propostas da OIT são concretas
e perfeitamente exequíveis a curto prazo, insistem na resposta urgente de
criação de emprego na convicção de que a redução de salários, o desemprego, a
precariedade e a insegurança não são consequências da crise mas sim a sua
“matéria-prima”.
O trabalho com direitos é o
fundamento estruturante das sociedades democráticas sendo o seu primeiro lugar
de socialização porque os valores recebidos da família e na escola orientam e
preparam para a integração no mundo do trabalho. O trabalho com direitos
convoca à participação cívica e política porque promove os valores da
motivação, dignidade e responsabilização. O trabalho com direitos é o motor
fundamental do crescimento económico porque o salário não é entendido como um
custo mas como o alicerce da dinamização da economia e como o elemento
estruturante de distribuição de riqueza.
Só seremos capazes de fazer
frente a este retrocesso civilizacional se recuperarmos o valor fundamental da
democracia que é o trabalho com direitos. Esta foi a extraordinária lição de
cidadania que esta semana os mineiros espanhóis nos deram, por isso,
sigamos-lhes os passos e lutemos pela dignidade do nosso direito ao trabalho.
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